segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Carlos Drummond de Andrade

“Eu lamento que haja pouco consumo de livro no Brasil. Mas aí é um problema muito mais grave. É o problema da deseducação, o problema da pobreza - e, portanto, o da falta de nutrição e da falta de saúde. Antes de um escritor se lamentar porque não é lido como são lidos os escritores americanos ou europeus, ele deve se lamentar de pertencer a um país em que há tanta miséria e tanta injustiça social”. “Precisamos descobrir o Brasil/ Escondido atrás das florestas/ com a água dos rios no meio/ o Brasil está dormindo, coitado”. (Trecho do Hino Nacional, de Drummond).

"Eu não conheço Carlos Drummond pessoalmente, mas somos amigos íntimos. Ele ainda estava em Minas Gerais e já se correspondia comigo. O que acho é que Drummond é superior ao prêmio Nobel. Você vai entender essa minha independência de julgar. Quem concede o prêmio Nobel? Ninguém sabe o que é a Academia de Ciências de Estocolmo. Você não sabe o valor dos homens que a compõem. Não conhece nenhum livro, nenhuma frase, nada deles. Eu faço muita questão de conhecer a idoneidade do juiz para julgar a sentença". - (Câmara Cascudo)


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Paulo Leminski


nunca cometo
o mesmo erro
duas vezes
já cometo duas
três quatro cinco seis
até esse erro aprender
que só o erro tem vez

Paulo Leminski Filho (Curitiba - PR, 1944 - idem 1989). Publicou seus primeiros poemas em 1964, na revista Invenção, porta-voz da poesia concreta paulista. No período, trabalhava como Professor de História e Redação em cursos pré-vestibulares e professor de judô. Músico e letrista, nos anos de 1970 teve canções gravadas por A Cor do Som, Paulinho Boca de Cantor, Moraes Moreira.

Distraídos Venceremos é um exemplo claro sobre a última fase da poesia de Leminski e nele o poeta mostra todas as suas facetas encontradas, de forma distraída, quase que naturalmente, o que nos dá uma sensação de ter lido um grande livro de poemas, de um Leminski no melhor de sua forma poética. E por que ele escrevia?

RAZÃO DE SER

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
(Paulo Leminski)

Fonte parcial: Cid Ottoni Bylaardt, professor (Pré-Vestibular)

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Criação e Arte - Capas de Livros



2 comentários:

Rita Velosa disse...

BELÍSSIMO BLOG.PARABÉNS.VOU LER SEMPRE.TUDO DE BOM PARA VOCÊ!
ATENCIOSAMENTE, RITA VELOSA

Madileuza disse...

Obrigada... esta edição está muito boa e sua arte é encantadora. Obrigada mesmo pela partilha.
Abraço grande,

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