sábado, 28 de agosto de 2010

Cecília&Clarice...

Cecília Meireles

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno”.

Em 1935, ao retornar ao país, vinda de Portugal, novo período de sofrimento não demora a surgir, com o suicídio do marido. Responsável pela educação das três filhas, Cecília Meireles amplia suas atividades profissionais. Volta a lecionar; escreve sobre folclore no jornal A Manhã, crônicas para o Correio Paulista e dirige a Revista Travel in Brazil, no Rio.
Poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 - Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964).
Cecília Benevides de Carvalho Meireles é dona de uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea.

POESIA DE CECÍLIA

Pus-me a cantar minha pena com uma palavra tão doce, de maneira tão serena, que até Deus pensou que fosse felicidade - e não pena.
Anjos de lira dourada debruçaram-se da altura.
Não houve, no chão, criatura de que eu não fosse invejada, pela minha voz tão pura.
Acordei a quem dormia, fiz suspirarem defuntos.
Um arco-íris de alegria da minha boca se ergue apondo o sonho e a vida juntos.
O mistério do meu canto, Deus não soube, tu não viste.
Prodígio imenso do pranto: - todos perdidos de encanto, só eu morrendo de triste!
Por assim tão docemente meu mal transformar em verso, oxalá Deus não o ausente, para trazer o Universo de pólo a pólo contente!

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Clarice Lispector

Nasceu na Ucrânia, de pais russos, no ano de 1925 e emigrou com a família para o Brasil no ano seguinte, nunca mais voltaria à pequena aldeia de Tchetchenillk em que nascera. Fixaram-se no Recife, onde a escritora passou a infância. Depois da morte de sua mãe, quanto tinha 12 anos, ela mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, já tendo esboçado seus primeiros contos.
Ingressou no curso de direito, formou-se e começou a colaborar em jornais cariocas. Em 1943 casou-se com um colega de faculdade e publicou, no ano seguinte ao de seu casamento, publicava seu primeiro livro, “Perto do coração selvagem” e, com apenas 19 anos de idade, pode assistir a enorme repercussão com o público e com a crítica de seu estilo, diferente de tudo o que se fizera até então.
Morreu em dezembro de 1977, na véspera de seu aniversário, como uma das mais importantes vozes da literatura brasileira.

José Castelo. "— Por que você escreve?
Clarice Lispector. " - Vou lhe responder com outra pergunta: — Por que você bebe água?"
J.C. " - Por que bebo água? Porque tenho sede."
Clarice Lispector. " - Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois eu também: escrevo para me manter viva."
Clarice Lispector morreu no dia 9 de dezembro 1977, no Rio de Janeiro, um dia antes do 57º aniversário.

Entrevista dada em 1976 para José Castelo, biógrafo, escritor e jornalista

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Criação e Arte - Capas de Livros
Contatos:

Um comentário:

Blog do Morani disse...

João de Deus Netto...

Custei a acessar seu blog:
Passava por ele, na lista dos e-mails,
e, desconfiado, deixava-o pelos meios
dos demais. Por fim, mas ao começo,
achei que pagaria o preço
pra ver o que seria.
Que blog belo! Que blog diferente!
Quanta arte e quanta gente;
Gente nossa
e vossa gente.
Cliquei, não perdi; ganhei
um riquíssimo presente.

Morani

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