sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Câmara Cascudo


Luís da Câmara Cascudo nasceu em 30 de Dezembro de 1898. Sua produção intelectual remonta a 1918, quando iniciou publicação de artigos no jornal A Imprensa, fundado pelo pai, o coronel Francisco Justino de Oliveira Cascudo. Sua mãe chamava-se Ana Maria da Câmara Pimenta. Além da viúva, Dona Dhalia, o folclorista deixou dois filhos — os jornalistas Fernando Cascudo Rodrigues e Anna Maria Cascudo Barreto — duas netas e um bisneto.

Foi convidado por Augusto Meyer, organizador da Enciclopédia Brasileira, a escrever, em 1943, sua obra mais famosa — o Dicionário do Folclore Brasileiro.

Tenho a impressão de ser o que chamam na Itália, Uomo qualunque, um homem igual aos outros. Toda a minha vida se resume naquele dois versos de Afrânio Peixoto: Ensinou e escreveu, nada mais aconteceu.

Sou de famílias tradicionais do Norte de Portugal e da ilha de São Miguel do Açores, vindas para o Rio Grande do Norte no começo do século XVIII. Não tiveram grande notoriedade, nem nota de desabono. Foram proprietários, fazendeiros, pequenos industriais, membros do Partido Conservador, por isso é que eu sou Cascudo, não o escaravelho, nem o peixe, o precostomus loricariae, mas, simplesmente, porque meu avô paterno era um dos chefes do Partido Conservador, e o Partido Conservador que chamavam Saquarema, também tinha um apelido de Partido Cascudo, quer dizer, teimoso, obstinado, e deram para chamar o meu avô de “o velho Cascudo”. Como eu sou filho único, para não desaparecer o título, comecei a usar também, porque meu pai foi o único a usar. Assim, não há família Cascudo, é um apelido que se tornou patronímico.
Fui uma criança profissionalmente enfermiça: pálida, doente, com pulmões suspeitos. Assim, não tenho recordações de infância, nunca corri, nunca subi uma árvore, nunca brinquei livremente, passava a vida sentado vendo figuras e os jogos parados. Não tive companheiros de infância, decorrentemente, para meu destino, já a minha meninice, a minha infância, foi uma infância de livros, de ver figura e ver a paisagem que se transformou numa paisagem humana, e aí começa o mistério da vocação.
Sempre amei as histórias contadas pelas amas e pelos espetáculos populares: a feira, o mercado, as procissões. Sempre amei o cotidiano e não o excepcional, e decorrentemente, os meus livros vêm dessa paixão pelo normal e pelo cotidiano.

O Humor do Cascudinho.

Faço questão de ser tratado por esse vocábulo que tanto amei: professor. Os jornais, na melhor ou na pior das intenções, me chamam folclorista. Folclorista é a puta que os pariu. Eu sou um professor. Até hoje minha casa é cheia de rapazes me perguntando, me consultando.

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Sou um homem mais de fé do que de culto. Posso recusar a extrema-unção, vou me entender pessoalmente com Deus.
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As mulheres de Maria Boa (famoso prostíbulo de Natal) têm uma predileção pelo grego, em detrimento do latim. Usam a palavra “gala”, e não esperma. Gala é leite em grego.

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O Brasil não tem problemas, só soluções adiadas.


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Criação de Logos


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Um comentário:

Osvaldo disse...

Aqui no Piauí foi preciso muita "bronha" pra conhecer minhas primeiras gotas de esperma que eu já sabia que seria também batizada de "gala". E nem sabíamos que éramos intelectuais nos "clássicos".

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