segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Patativa&José Lins do Rego

Antônio Gonçalves da Silva (Patativa do Assaré)
(1909-2002

Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré, nasceu a 5 de março de 1909 na Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará.
 As penas plúmbeas, as asas e cauda pretas da patativa, pássaro de canto enternecedor que habita as caatingas e matas do Nordeste brasileiro, batizaram poeta Antônio Gonçalves da Silva, conhecido em todo  o  Brasil como Patativa do Assaré,  referência ao município que nasceu.  Analfabeto "sem saber  as letra onde mora", como  diz num  de seus poemas, sua projeção em todo o Brasil se iniciou na década de 50, a partir da regravação de "Triste Partida",  toada de retirante gravada por Luiz Gonzaga.
Sua verve poética serviu  vassala a denunciar injustiças sociais, propagando sempre a consciência e a perseverança do  povo nordestino que sobrevive e dá sinais de bravura ao resistir ao  condições climáticas e políticas desfavoráveis. A esse fato se refere à estrofe da música Cabra da Peste

"Eu  sou de uma terra que o  povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida,  que a linda cabocla
De riso na boca zomba  no sofrê
Não  nego meu  sangue, não nego  meu nome.
Olho para a fome ,  pergunto: que há  ?
Eu  sou  brasileiro,  filho do Nordeste,
Sou  cabra da Peste,  sou  do Ceará."

Cantando para seu povo, brincou poeticamente com o fato de estar sendo gravado em  disco na abertura de A dor Gravada:
"Gravador que está gravando
Aqui  no  nosso ambiente
Tu gravas a minha voz,
O meu  verso  e o  meu repente
Mas gravador tu não gravas
A dor que meu  peito sente"
.
Fonte:Facom.U

BF@@@@


José Lins do Rego


Além da literatura, a outra grande paixão do autor de Menino de Engenho, Cangaceiros, Fogo Morto e outros, José Lins do Rego, nascido no Pilar, na Paraíba, foi o futebol. Era flamenguista roxo. Foi diretor do Flamengo e viajou com o clube em excursões pelo Brasil e pelo exterior, presidindo a delegação. Tinha cadeira cativa no Maracanã, onde viu o Brasil perder do Uruguai, na Copa de 50,  assunto de algumas de suas crônicas: “A Copa do Mundo, que se acabou tão  melancolicamente, deu-me uma experiência amarga, capaz de completar as minhas observações sobre o caráter do nosso povo”.
José Lins do Rego não viu a primeira grande alegria do povo brasileiro com a conquista da Copa do Mundo de 1958, jogada na Suécia, pois morreu de cirrose hepática um ano antes (12 de setembro de 1957). Tinha apenas 56 anos. Deixou vasta e rica obra literária.

“Nunca ninguém, sendo do meu sexo, mas não do meu sangue, me deu mais compreensão e mais afeto. Compreensão e afeto nos momentos mais difíceis para uma amizade no Brasil; país de muitas camaradagens fáceis, mas de raras amizades profundas".  (Gilberto Freire).


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