domingo, 23 de janeiro de 2011

João Anzanello

Artesão da delicadeza

Carlos Herculano Lopes

A delicadeza da escrita e a rara sensibilidade para perceber as sutilezas humanas dão a tônica das 11 histórias de Espinhos e alfinetes, livro de contos de João Anzanello.

Nascido em Cravinhos, no interior de São Paulo, em 1962, João Anzanello Carrascoza estreou como contista com O vaso azul, ao qual se seguiram os livros Duas tardes, Dias raros e O volume do silêncio, volumes de contos que lhe deram prêmios importantes como o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, e o Guimarães Rosa/Rádio France Internationale. Carrascoza também é autor de textos infantojuvenis.

O autor participou do Programa de Escritores Residentes do Château Lavigny, na Suíça, onde terminou de escrever Espinhos e alfinetes. Professor universitário e redator de propaganda em São Paulo, Carrascoza narra esses contos do ponto de vista de crianças. O texto traz forte carga da lirismo, um dos diferenciais de sua escrita.

A maioria deles, observou Cíntia Moscovich, gira em torno da perda da inocência. “É gente moça que vai criando casca para a vida, aprendendo o que há de pueril em todas as felicidades”, destaca. Cíntia vê na obra do paulista certo parentesco com Guimarães Rosa. “Mas sem que esses laços representem prisão”, observa.

Em um dos poucos contos (“O mar”) narrados por um adulto, Carrascoza atinge um dos melhores momentos, ao mostrar pai e filho, encantados, frente à imensidão do oceano. Ondas, frases e palavras vão e vêm, não dando ao leitor tempo para tomar fôlego, tal é a intensidade da escrita

Saiba mais de João Anzanello nesta entrevista:

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