quarta-feira, 20 de abril de 2011

Flor Bela Espanca


Nasce e morre a 8 de Dezembro.
A 8 de Dezembro, nasce em Vila Viçosa, no Alentejo (Portugal) em1894. Em Matosinhos (Portugal), Florbela põe fim à vida em 1930.

Versos de Orgulho

O mundo quer-me mal porque ninguém
Tem asas como eu tenho! Porque Deus
Me fez nascer Princesa entre plebeus
Numa torre de orgulho e de desdém.

Porque o meu Reino fica para além…
Porque trago no olhar os vastos céus
E os oiros e clarões são todos meus!
Porque eu sou Eu e porque Eu sou Alguém!
O mundo? O que é o mundo, ó meu Amor?
- O jardim dos meus versos todo em flor…
A seara dos teus beijos, pão bendito…
Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços…
- São os teus braços dentro dos meus braços,
Via Láctea fechando o Infinito.


E quem não haverá de dizer aqui no Brasil: ah, mas este aqui eu conheço de algum lugar!

Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
«Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio e Fim!...»

Florbela já nasceu marcada  pelo inesperado, pelo dramático, pelo incomum. Seu pai, João Maria Espanca era casado com Maria Toscano que não podia lhe dar filhos. João Maria então se valeu de uma antiga regra medieval, que diz que quando de um casamento não houver filhos, o marido tem o direito de ter os mesmos com outra mulher de sua escolha. Assim, no dia 8 de dezembro de 1894 nasce Flor Bela Lobo, filha de Antónia da Conceição Lobo.
Em 1903, aos sete anos, faz seu primeiro poema, A Vida e a Morte. Desde o início é muito clara sua precocidade e preferência a temas mais escusos e melancólicos.
Foi uma das primeiras mulheres a ingressar no curso secundário do Liceu de Évora, fato que não era visto com bons olhos pela sociedade e pelos professores do Liceu. No ano seguinte casa-se no dia de seus 19 anos com Alberto Moutinho, colega de estudos.
SAIBA MAIS SOBRE A GRANDE POETISA PORTUGUESA NESTES LINKS


http://purl.pt/272/2/index.html



Um comentário:

Bernadete Ferraz - Teresina (PI) disse...

Embora a amargura e a insatisfação tenham sido sua tônica vivencial e literária, é ótimo lê-la, porque além de haver um veio poético, jorrante, em seus labitintos cérebro-emocionais perturbados, ela escreve bem para caramba, até quando espanca. Suas cartas que o digam. Seus poemas, então! "Pena é não haver manicónio para corações..."
Boa Pásco, ao seu modo, meu Senhor do picinez.
abspontob

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