(clique para ampliar)
Jack Kerouac escreveu sua obra-prima ”On The Road”, livro que seria consagrado mais tarde como a “bíblia hippie”, em apenas três semanas. O fôlego narrativo alucinante do escritor impressionou bastante seus editores. Jack usava uma máquina de escrever e uma série de grandes folhas de papel manteiga, que cortou para servirem na máquina e juntou com fita para não ter de trocar de folha a todo momento. Redigia de forma ininterrupta, invariavelmente sem a preocupação de cadenciar o fluxo de palavras com parágrafos.
O material bruto que chegou às mãos de Malcom Cowley, da editora Viking Press, em 1957, deu trabalho. Os rolos quilométricos de texto tiveram de ser revisados, foram inseridos pontos e vírgulas e praticamente 120 páginas do original foram eliminadas. O estilo-avalanche de Jack tinha ainda um elemento intensificador. Ao contrário às idéias correntes, que trabalhou em cima do livro sob o efeito de benzedrina, uma droga estimulante, Kerouac, em admissão própria, abasteceu seu trabalho com nada mais que café.
Frequentemente apaixonado, ele chegou a casar duas vezes ao longo da vida, mas ambos os matrimônios acabaram em poucos meses. Na metade dos anos 60, Jack casa novamente, agora com uma velha conhecida de infância. Ele, a esposa e a mãe mudam para St. Peterburg, na Flórida. Em 21 de outubro de 1969, Jack Kerouac morreu de hemorragia, consequência de uma cirrose, com 47 anos, num hospital em St. Petesburg, na Flórida. O amigo e agente literário Allen Ginsberg reverencia seu talento: “Eu não conheço outro escritor que teve influência tão produtiva quanto Kerouac, que abriu o coração como escritor para contar o máximo dos segredos da sua própria mente”.
Fonte: NetSaber
JACK KEROUAC
Paulo José Cunha
Paulo José Cunha
para Jack Kerouac e Pierre Baiano
Já não temos tempo de ser jovens
e soltar de novo aquele grito,
crianças de braços abertos
aos primeiros raios de sol
O grito morreu na garganta
sufocada
pelo nó
da gravata
engasgada
pelos protestos de elevada estima e distinta consideração
The dream is over, gente fina.
Os cabeludos furaram as orelhas
e usam sapatos de verniz.
Mas é impossível
olhar a mochila empoeirada
sem que o polegar aventureiro acorde
animado pelo assovio de um velho blues
e volte a sonhar com o sol das abbey roads
por onde um dia viajamos
com flores nos cabelos
fumando umas coisas do norte.
O jornalista, professor e escritor Paulo José Cunha foi repórter de O Globo, Jornal do Brasil e Rede Globo de Televisão. Dirige documentários e comerciais de TV. É apresentador da TV Câmara (programas "Primeira Página" e "Comitê de Imprensa").
Já não temos tempo de ser jovens
e soltar de novo aquele grito,
crianças de braços abertos
aos primeiros raios de sol
O grito morreu na garganta
sufocada
pelo nó
da gravata
engasgada
pelos protestos de elevada estima e distinta consideração
The dream is over, gente fina.
Os cabeludos furaram as orelhas
e usam sapatos de verniz.
Mas é impossível
olhar a mochila empoeirada
sem que o polegar aventureiro acorde
animado pelo assovio de um velho blues
e volte a sonhar com o sol das abbey roads
por onde um dia viajamos
com flores nos cabelos
fumando umas coisas do norte.
O jornalista, professor e escritor Paulo José Cunha foi repórter de O Globo, Jornal do Brasil e Rede Globo de Televisão. Dirige documentários e comerciais de TV. É apresentador da TV Câmara (programas "Primeira Página" e "Comitê de Imprensa").
E ASSISTE ESTE VÍDEO SOBRE O "PERGAMINHO", ENVIADO PELA LEITORA ROSE LOUISE, AQUI DE CURITIBA, PR.
Um comentário:
Excelente escritor. Um homem de indéia muito fértil, um pensador muito inteligente...
Postar um comentário