sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Isabel Ferreira


Isabel Ferreira nasceu em Luanda aos 24 de Maio de 1958, licenciou-se em direito, em Angola, e em dramaturgia na Escola Superior de Teatro e Cinema de Amadora, Portugal. Ainda menina pegou em armas, mas entre a guerrilha e a música – diz a escritora –, a arte falou mais alto e ela passou a fazer parte de um grupo musical que tinha como objetivo elevar a moral dos guerrilheiros nas frentes de combate.

A escritora hoje vive em Montreal, Candá, onde leciona numa escola de artes. Concluiu mestrado em escrita dramática na Escola de Comunicação da Universidade de São Paulo, Brasil.
Do seu repertório constam os livros de poesia: “Laços de amor”, “Caminhos Ledos”, “Nirvana” e “A margem das palavras”. Em prosa tem publicado “Fernando D’aqu” e “O guardador de memórias”.

NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

Em visita à Academia Brasileira de Letras, foi recepcionada pelo acadêmico Antonio Olinto:

"Dou as boas-vindas à escritora angolana Isabel Ferreira, que teve agora seu livro "Fernando D'Aqui" editado no Brasil e vem, com ele, revelar a luta pela adaptação de uma língua européia à literatura nacional de seu país.
A narrativa de Isabel Ferreira não se fixa tanto no estilo como numa espécie de iluminação em que palavras, mesmo oriundas de outras línguas, adquirem aspectos dos idiomas da terra, com étimos quimbundos substituindo alegremente palavras portuguesas, tal como aconteceu no Brasil não só através de influências tupis mas também de palavras que nos vieram da própria África.
Vamos encontrar, no livro de Isabel Ferreira, palavras quimbundas que também são nossas: pitéu, kitute, grana (significando dinheiro mesmo), zanzar, milonga (no sentido de feitiço).
O livro apresenta um bom glossário com suas explicações. Assim, no capítulo em que a narradora, num velório, diz: "É nos óbitos que se gravam os mujimbos", o glossário nos informa que mujimbo é boato.
E é com alegria que encontro no livro a palavra candonga e sua correspondente candongueiro, ambas muito conhecidas de minha infância em Ubá e no Piauí.
O livro é um não-caber de palavras jogadas ao ar, do quimbundo, do português de Lisboa, do quioco, da gíria do Norte de Portugal, do falar do povo angolano do interior, como que num retrato vocabular de regiões cheias de vida. Um vento de magia atravessa as páginas de Francisco D'Aqui. De vez em quando, uma frase assim: "Em Luanda vi que o dia podia ser noite. E que a noite amanhecida no regaço de uma viúva tem doçura..."

NO PIAUÍ

O I Encontro Internacional de Literatura, História e Cultura Africana, uma promoção do Núcleo de Estudos e Pesquisa Afro – NEPA, Núcleo de Estudos Literários Piauienses – NELIPI e Centro de Estudos Literários e Gênero – CELIG.

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