sábado, 23 de outubro de 2010

Nélida Piñon - 2005!

Nélida Cuiñas Piñon jornalista, romancista, contista, professora, é carioca de Vila Isabel, Rio de Janeiro, RJ. Nasceu em 3 de maio de 1937.
Marcada pelo número 1, ela foi a primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Brasileira de Letras, a primeira representante do sexo feminino a levar para casa o Prêmio Internacional de Literatura Juan Rulfo e também a primeira brasileira a receber o Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras, um dos mais prestigiados da literatura mundial.
“Fiquei contente, claro, e extremamente honrada como escritora, como mulher e por ser brasileira. Eu penso sempre no Brasil. Nós precisamos destas manifestações. Eu acho que ainda há uma espécie de preconceito contra a capacidade intelectual da mulher, sobretudo no Brasil. O mundo masculino ainda considera o texto produzido por uma mulher de menor densidade, menos importante, intelectualmente menos instigante. Como se a mulher fosse fantasia e o homem pensamento. O homem ainda não entendeu que há uma igualdade intelectual e que pode desfrutar de um livro feito por um homem ou por mulher”.
AS MULHERES NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS
“As mulheres são só 10%. Esse número já demonstra o que acontece na sociedade. Você pega uma fotografia de chefe de Estado quando se reúnem e é tudo gravata e apenas uma saia. Isso mostra o que acontece no resto das instituições. Quando eu ocupei a presidência da Academia, eles foram formidáveis. Nunca puseram em dúvida o meu talento. Olha que eu sou uma feminista, mas nunca me deparei com o preconceito da academia. Todo mundo que me conhece diz que eu sou um modelo de gentileza e delicadeza, mas sou considerada uma mulher muito firme e estou pronta para abandonar as coisas quando não sou bem tratada. O importante para mim é a minha dignidade”.
CORRUPÇÃO NO BRASIL
“A sensação é que o Brasil não ganhou o alvará, o habite-se. É uma pena porque é um país magnífico. Eu tenho tristeza porque já sei que o Brasil que eu quero não conseguirei encontrar, não terei tempo de vida. Não vou encontrar este país próspero e generoso. Espero que as pessoas aprendam com o fracasso, com a desesperança. Nós não podemos imaginar que sejamos determinados ao fracasso. Temos qualidades maravilhosas. Precisamos articular e expurgar o que há de ruim e, principalmente, fiscalizar Brasília”.
LITERATURA DE CELEBRIDADES
O Brasil está boiando em pura espuma. Vivemos a futilidade, trivialização do real, é um momento inconsistente. As celebridades não têm profissão, trabalho, esforço, não têm biografia. E o pior é que os jovens acreditam nessas pessoas e deixam de fazer coisas sérias por isso.
Entrevista à Folha de São Paulo/2005!

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Capa de minha autoria para ilustrar o post

Contato:
[41]3076-7631

3 comentários:

Sílvia Karinne disse...

Pelo menos, o Brasil está bem melhor do que na época dessa entrevista; um presente em vida para a grande mulher/escritora brasileira.
Taí, amei este blog.

LOUCA PELA VIDA disse...

Será que o Brasil melhorou mesmo nestes cinco anos? Não quero ser somente pessimista, ao contrário: mas e que áreas melhorou? Para quem? Um pouco mais de acesso a bens de consumo para a classe D, alguns saíram da linha de miséria absoluta com o bolsa família, enquanto a corrupção corroi as entranhas do mundo da política, destrói nossas esperanças como da autora... imagina, acabei de me tornar fã da insociável Geissy Arruda, a moça que foi expulsa com o vestido rosa curto da faculdade e do reality show. Pode? Pois é, celebridades mais que instântaneas, era estudante, não sei de que, agora é empresária, tem uma grife de vestidos e acabou de posar nua, com o dinheiro vai comprar uma casa pra mãe, com sofá. Vi tudo isso no Gugu de domingo, minha filha surda adora o programa. Fogo!!!

Paty Floripa. disse...

Silvia, então, podemos ainda não estar morando na Suécia, mais que já estamos sendo banhados(as) pela luz do fim do túnel das trevas que se foi, isso é verdade. É dessa época também a criação das tais "celebridades" travestidas de "modelos" e "apresentadoras". Nas "comunidades" dá se um nome bem cruel para as garotas que não são nada disso.
Continua cruel o processo de emburrecimento por parte da mídia, principalmente, a televisiva; torçamos para que venha logo o marco regulatório para esse "puteiro" midiático.
Desculpe, segurei até onde não deu mais.

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