Cinzas de um certo Norte |
“Esquecer para escrever” é o lema do manauense Milton Hatoum. Segundo ele, o escritor precisa dar tempo às suas memórias. Só então elas se soltam das amarras dos fatos, ganham a imaginação e viram livros. No seu caso, premiados. Vencedor de três Jabutis, o maior prêmio da literatura nacional, este filho de libaneses vem iluminando, desde Relato de um certo Oriente (1990), inesperadas dimensões de um Brasil tão distante quanto instigante. E pensar que ele sonhava em virar cantor. Também gostava de desenhar, imitava Picasso, formou-se arquiteto pela USP. Enquanto sonhava, dominava Manaus como a palma da mão. A cidade, por sua vez, tornou-se o universo de seus romances. A Amazônia de Hatoum não é onírica, mas urbana e autobiográfica. E é melhor nem mencionar perto dele a chamada literatura regionalista: “Quero distância dela”. A paisagem amazonense surge como espaço ao mesmo tempo ficcional e realista de tensões individuais, históricas e literárias. Manaus mudou. Modernizou-se. E a literatura do simpático e tranqüilo Hatoum se impregnou de uma “crítica raivosa e política da cidade e seu urbanismo selvagem. Fonte: Revista História - Biblioteca Nacional. |
domingo, 21 de novembro de 2010
Milton Hatoum
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