sábado, 27 de novembro de 2010

Raul Pompéia


Raul Pompéia teve uma das vidas mais trágicas da literatura brasileira, ao lado das de um Cruz e Sousa, um Euclides da Cunha ou um Lima Barreto. Nascido em Angra dos Reis, em 1863, sendo, pelo lado materno, aparentado com o Tiradentes, foi, desde muito novo, um feroz jacobino, encampando com paixão desmedida as causas da Abolição, da República, e finalmente abraçando apaixonadamente a política de Floriano Peixoto. Estreando muito cedo nas letras, publica, aos 25 anos de idade, um dos monumentos da ficção em língua portuguesa, O Ateneu, de estilo brilhante e dimensões cósmicas, sem dúvida o maior caso de precocidade na história do nosso romance. Pouco a pouco, no entanto, o jornalismo e a paixão política afastam-no da literatura, culminado com o seu suicídio, na noite de Natal de 1895, motivado, sob o aspecto imediato, por um artigo injurioso de Luís Murat, inimigo figadal do Marechal de Ferro, ao qual ele se ligara fanaticamente.
Na fundação da Academia, talvez a ausência mais sentida fosse a desse escritor sob todos os aspectos extraordinário, o maior ficcionista de sua geração, morto tragicamente um ano antes. Coube a Domício da Gama, grande diplomata e quase da mesma idade de Pompéia, a honra de escolhê-lo como patrono, fazendo justiça a uma das mais ilustres vítimas da violenta década de 1890 em nosso país.


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Capa de minha autoria para ilustração do post

[41] 3076-7631

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