sábado, 15 de janeiro de 2011

“Não verás país..."


Há pessoas imprescindíveis

Ignácio de Loyola Brandão
Quando cheguei, soube que o poeta H. Dobal tinha morrido havia poucas semanas. Senti. Falei dele numa crônica há quatro anos, uma das belas descobertas de minha vida. Dobal está enterrado no cemitério São José, onde se encontra também Torquato Neto, outra perda. Torquato tinha 28 anos e se matou no dia do aniversário. Jovem, uma obra imensa e canções para Gil, Caetano, Edu Lobo, todo mundo que conta. Vim para mais um Salão Literário do Piauí, Salipi. Este foi o sexto, dedicado a Antonio Francisco da Costa e Silva, poeta, pai de Alberto da Costa e Silva, diplomata e historiador. Os anteriores homenagearam Mario Faustino, H. Dobal, O.G. Rego de Carvalho, Assis Brasil, Torquato Neto. Feira de livros, mas também palco de debates com cinco sessões diárias lotadas. Cinco. O auditório é para 800 pessoas e ainda colocavam cadeiras extras.

Alberto da Costa e Silva, filho e pai piauiense. 
Houve oficinas, shows, contadores de histórias, lançamentos de livros, fóruns temáticos, espaço criança, circo das letras. Se em cada cidade grande acontecesse um Salipi, a situação seria outra. São quatro os coordenadores: Cíneas Santos, Wellington Soares, Nilson Ferreira e Luiz Romero. Lutam por patrocínios, parcerias convênios, hotéis, passagens aéreas. E ainda sofrem dissabores. Como um jornal é parceiro, os outros boicotam. Ou seja, entrevistam os escritores, não citam o Salão. Dizem: De passagem por Teresina, o escritor fulano de tal. Todo mundo sabe que o dito-cujo veio para o Salipi, mas a divulgação se perde.
Este ano teve Assis Brasil, Antonio Carlos Secchin, Domicio Proença Filho, Marcio Souza, Thiago de Mello, Evanildo Bechara, Washington Novaes, Chico Filho, Frei Betto, Salgado Maranhão, Geraldo Carneiro, Márcia Moraes entre outros, como se diz. Como é inverno, Teresina não ostentava a quentura do período que eles chamam de b-r-o-bró (setembro, outubro, novembro e dezembro). Estava fresco, 30 graus. A cidade é esparramada, aconchegante, arborizada. Plana, o olhar alcança a imensidão...
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Um comentário:

Enoch disse...

E pra quem não conhecia o Piauí e o gosto dos seus pela literatura, aí vai mais uma contribuição: o escritor Zé Castelo também é filho de piauiense e escreveu o romance "Ribamar" em cima do seu difícil relacionamento de adolescente com seu herói. O Zé foi até a cidade natal da família, Parnaíba, no litoral daquele Estado pra recolher mais subsídios para escrever o best-seller.
Parabéns o Piauí, então.

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