quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

García Lorca



Federico García Lorca ( Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 - Granada, 19 de agosto de 1936), poeta e dramaturgo espanhol, foi uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola devido ao seus alinhamentos políticos com a República Espanhola e por ser abertamente homossexual. Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na faculdade de Direito de Granada em 1914 e, cinco anos depois, transferiu-se para Madrid, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou seus primeiros poemas. Grande parte dos seus primeiros trabalhos baseiam-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928). Concluído o curso, foi para os Estados Unidos da América e para Cuba, período dos seus poemas surrealistas, manifestando o seu desprezo pelo modus vivendi estado-unidense. Expressou o seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.

Voltando a Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava as suas ideias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol que, sob forte influência católica, ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX. Intimidado, Lorca retornou a Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar um refúgio. Ali, porém, viu a sua prisão determinada por um deputado católico, sob o argumento - que se tornou célebre - de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver". Assim, num dia de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas e o seu corpo foi deitado num ponto da Serra Nevada. Segundo algumas versões, ele teria sido fuzilado de costas, em alusão à sua homossexualidade. A caneta calava-se, mas a Poesia nascia para a eternidade - e o crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta. Foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.
Assim como muitos outros artistas, durante o longo regime ditatorial do Generalíssimo Franco, as suas obras foram consideradas clandestinas na Espanha. Com o fim do regime e o regresso do país à democracia, finalmente a sua terra natal veio a render-lhe homenagens, sendo hoje considerado o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes. Lorca tornou-se o mais notável numa constelação de poetas surgidos durante a guerra, conhecida como a "geração de 27", alinhando-se entre os maiores poetas do século XX. Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. A sua música reflecte-se no ritmo e na sonoridade da sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa, antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais passadas na Andaluzia, Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram a sua posição como grande dramaturgo.
Fonte: Sítio do Livro (Portugal)
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Capa de minha autoria para ilustrar o post
Contato: picinez@gmail.com  [41] 3076-7631

2 comentários:

Paty Floripa disse...

Esse negócio de meter o pau, cacete, bala em homossexuais já vem de muito tempo, e parece que a coisa aumentou por causa dessa valorização da escolha sexual dessas pessoas. Já li sobre isso e só tenho constatado que tem rumo; cidadão ser hétero está cada dia mais parecendo com uma aberração; "demodê"; desequilíbrio mental. Tenho vários amigos que quando estou com eles, nem nos passa pela cabeça a opção seual de cada um. Tudo numa boa. Mas a Globo insiste que todo mundo tem que ser gay, então, amigos, aguentem as consequências.

J. B. de Assis disse...

A melhor capa entre as que pesquisei nas imagens do Google. Mande seu trabalho para as edtoras;tem muita capa ruim (maioria) estampadas nas livrarias.
Parabéns.

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