Tony Bellotto
Escritores, roqueiros, artistas e produtores são citados a todo momento na obra. Apesar de estereotipado, Zanquis tem referências clássicas do rock, como Jimi Hendrix, seu maior ídolo, pelo qual percorreu os cemitérios de Seattle em busca de seu túmulo, até o filósofo alemão Shopenhauer.
Em trecho do livro, Zanquis se justifica pelo fato de não ter dado certo como músico. “Não quero dar uma de esnobe ou passar a impressão afrescalhada de mim mesmo, mas sempre tive mestres incongruentes. Por exemplo, quem me inspirou a tocar guitarra foi o pintor americano expressionista abstrato Jackson Pollock. Desde que minha carreira de guitarrista pollockiano acabou — graças ao conselho dos Miles Davis, ‘se não tiver o que solar, não sole’ —, comecei a desenvolver a ideia de escrever. Ideia estúpida, concordo. Escrever pra quê? Ninguém lê.”
Em trecho do livro, Zanquis se justifica pelo fato de não ter dado certo como músico. “Não quero dar uma de esnobe ou passar a impressão afrescalhada de mim mesmo, mas sempre tive mestres incongruentes. Por exemplo, quem me inspirou a tocar guitarra foi o pintor americano expressionista abstrato Jackson Pollock. Desde que minha carreira de guitarrista pollockiano acabou — graças ao conselho dos Miles Davis, ‘se não tiver o que solar, não sole’ —, comecei a desenvolver a ideia de escrever. Ideia estúpida, concordo. Escrever pra quê? Ninguém lê.”
Neste aspecto, Bellotto concorda que as pessoas precisam criar o hábito da leitura, não só no país, mas no mundo todo. “O difícil não é escrever e publicar um livro; o que mais pesa é que as pessoas compram o livro e não leem. Mas apesar de tudo isso a emoção de lançar um volume é muito diferente. Como é um trabalho solitário, ele se torna totalmente pessoal, então é você que as pessoas estão lendo”, explica o autor.
Com pitadas de erotismo misturadas a um humor ácido, Tony Bellotto traduz uma vida que não parece ser impossível, passando a ideia de que realmente algum Teo Zanquis, ídolo de uma banda de rock dos anos 1980 de um hit só, ou como ele prefere, one hit band, viveu e percorreu todo esse caminho. No buraco, é o sétimo título em quinze anos publicado pelo guitarrista dos Titãs, apresentador e escritor Tony Bellotto. Desde o primeiro romance em 1995 que deu início à trilogia de romance policial Bellini, o titã não demonstrara um trabalho tão real e autoral — como ele mesmo diz — como essa publicação. Usando analogias, citações e ao mesmo tempo em um estilo livre de escrita, os capítulos são curtos e, na maioria das vezes, engraçados. O músico pretende mostrar neste livro que rock e literatura podem caminhar juntos. “Sempre quis publicar algo mais livre, sem estar preso à regras ou normas da escrita”, diz Bellotto.
Fonte: Companhia das Letras
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