sábado, 12 de maio de 2012

De Pindorama ao Cemitério de Praga...



por Zeferino Neto

Amigos, confesso, a coisa de querer escrever romances históricos como venho tentando com uma brincadeira que ganhou até um blog para ser lido, As Aventuras do Cavaleiro do Tempo em Terras de Pindorama, veio de leituras que já duram mais de vinte e tantos anos, dos romances históricos do consagrado Umberto Eco, autor de O Nome da Rosa, Pêndulo de Foucault, Baudolino,  A Ilha do Dia anterior, etc., e vendo uma resenha na revista Carta Capital de semanas atrás, me deparei  com o romance O Cemitério de Praga, que tem a trama envolvida com um personagem que teria escrito o famoso Protocolo dos Sábios do Sião, libelo contra o Cristianismo, mas acusado também de ser antissemita, racista, nazista, comunista, anarquista e mais meia dúzia de istas. Eco é mestre dessas narrativas em que se misturam personagens e situações históricas com outras ficcionais que saem de sua mente erudita (me dá a impressão de leu tudo o que se produziu em matéria de tudo o que escreveu no Ocidente. Levei dez anos para ler e digerir o Pêndulo de Foucault pelo fato de que era dado a leituras esotéricas e ocultistas e os personagens principais eram anti-esoterístas e anti-ocultistas, e aquilo me incomodava e eu ficava tentando achar os furos daquelas ideias daqueles personagens meio escrotoides e céticos, por mera diversão...) Eco faz, como qualquer ficcionista, seus personagens falarem por si, se permitindo assim, dizer os maiores disparates sem se expor muito por isso... No livro que leio agora, já falou mal em 50 páginas de alemães, franceses, italianos, jesuítas, maçons, comunistas, judeus, de Freud, Charcot, Mesmer... O personagem principal, narrador em primeira pessoa, falsário que se verá depois, é autor dos ditos Protocolos dos Sábios do Sião, fala mal até de si mesmo, principalmente... Leitura pra pegar a gente pelo saco e fazer esquecer internet e televisão...  

Zeferino Neto é dramaturgo e blogueiro.

MAIS SOBRE O CEMITÉRIO DE PRAGA

Um comentário:

zanzando na rede disse...

O romance que venho escrevendo há mais de dez anos e que se chama exaamente aquilo que está no post, é uma brincadeira que faço com a história do brasil e seus personagens, sem nenhuma pretensão de chegar aos pés dos livros de eco, claro... escrevo e reescrevo e pesquiso e repesquiso e tem épocas, como agora, que estou meio que preso a uma cadeira e uma cama por razões de saúde, que eu acho que vou conseguir terminar e submeter a coisa às pessoas que já conhecem, o "monstrengo", na íntegra...

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