por Zeferino Neto
Amigos, confesso, a
coisa de querer escrever romances históricos como venho tentando com uma
brincadeira que ganhou até um blog para ser lido, As Aventuras do Cavaleiro do
Tempo em Terras de Pindorama, veio de leituras que já duram mais de vinte e
tantos anos, dos romances históricos do consagrado Umberto Eco, autor de O Nome
da Rosa, Pêndulo de Foucault, Baudolino, A Ilha do Dia anterior, etc., e
vendo uma resenha na revista Carta Capital de semanas atrás, me deparei
com o romance O Cemitério de Praga, que tem a trama envolvida com um personagem
que teria escrito o famoso Protocolo dos Sábios do Sião, libelo contra o
Cristianismo, mas acusado também de ser antissemita, racista, nazista,
comunista, anarquista e mais meia dúzia de istas.
Eco é mestre dessas narrativas em que se misturam personagens e situações
históricas com outras ficcionais que saem de sua mente erudita (me dá a
impressão de leu tudo o que se produziu em matéria de tudo o que escreveu no
Ocidente. Levei dez anos para ler e digerir o Pêndulo de Foucault pelo fato de
que era dado a leituras esotéricas e ocultistas e os personagens principais
eram anti-esoterístas e anti-ocultistas, e aquilo me incomodava e eu ficava
tentando achar os furos daquelas ideias daqueles personagens meio escrotoides e
céticos, por mera diversão...) Eco faz, como qualquer ficcionista, seus
personagens falarem por si, se permitindo assim, dizer os maiores disparates
sem se expor muito por isso... No livro que leio agora, já falou mal em 50
páginas de alemães, franceses, italianos, jesuítas, maçons, comunistas, judeus,
de Freud, Charcot, Mesmer... O personagem principal, narrador em primeira
pessoa, falsário que se verá depois, é autor dos ditos Protocolos dos Sábios do
Sião, fala mal até de si mesmo, principalmente... Leitura pra pegar a gente
pelo saco e fazer esquecer internet e televisão...
Zeferino Neto é dramaturgo e blogueiro.
MAIS SOBRE O CEMITÉRIO DE PRAGA
Um comentário:
O romance que venho escrevendo há mais de dez anos e que se chama exaamente aquilo que está no post, é uma brincadeira que faço com a história do brasil e seus personagens, sem nenhuma pretensão de chegar aos pés dos livros de eco, claro... escrevo e reescrevo e pesquiso e repesquiso e tem épocas, como agora, que estou meio que preso a uma cadeira e uma cama por razões de saúde, que eu acho que vou conseguir terminar e submeter a coisa às pessoas que já conhecem, o "monstrengo", na íntegra...
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