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Por Carlos Herculano Lopes
O jornalista e escritor José Castello é um dos candidatos ao prêmio Jabuti com o romance Ribamar, lançado pela Editora Bertrand Brasil. Se a princípio pode parecer uma biografia do pai do autor, José Ribamar (1906-1982), o livro vai muito além, ao mesclar histórias reais com outras inventadas.
Com estrutura musical, cuja base é a canção de ninar Cala a boca, o livro Ribamar, em sua essência, trata da relação conflituosa entre pai e filho. Mas está longe de ser autoficção, gênero muito em voga atualmente.
“Realidade e ficção estão muito misturadas. Diferentemente dos realistas, acredito que a literatura não é espelho do mundo, mas só uma voz precária que o interroga”, diz Castello. Morando de novo no Rio de Janeiro, depois de viver por um bom tempo em Curitiba, o autor conta que Ribamar começou a ganhar forma em 2008, depois de uma viagem à cidade de Parnaíba, no interior do Piauí, onde seu pai nasceu e passou a infância e parte da juventude.
No decorrer dessa jornada, uma espécie de busca de suas próprias origens – apesar de ter nascido no Rio de Janeiro –, Castello fez uma série de anotações. Não com a intenção de “reconstituir a verdade”, conta ele, mas, principalmente, para colher material de sustentação para a história. Cada capítulo corresponde a uma das notas de Cala a boca, a melodia da infância do autor.
“Esse romance exigiu muito de mim. Mesmo não sendo um livro de memórias, parti de experiências pessoais e de memórias para realizá-lo. A literatura que me interessa é escrita na precariedade e nas sombras. Não é um exercício intelectual ou um projeto técnico, mas experiência de alto risco, na qual o escritor empenha seu sangue”, diz o romancista.
Autor de vários livros, entre eles Vinicius de Moraes: o poeta da paixão, com o qual foi um dos vencedores do Prêmio Jabuti, Castello também escreveu o romance Fantasma, menção honrosa do Prêmio Casa das Américas, de Cuba, em 2002. Atualmente, ele é colunista dos jornais O Globo e Rascunho.
2 comentários:
Meu amigo e (quase) conterrãneo (MA/PI) Salgado Maranhão, acaba de me escrever de Noviorque perguntando pelo resultado do disputado Jabuti de poesia. Deu pra escutar o grito da torcida.
O "Ribamar" do Castello é do litoral do Piauí.
"Estou em Nova York, ha quase um mes, vim participar de uma mesa redonda, na Brown University, em torno da traducao do meu livro, Sol Sanguineo, para o ingles. O evento foi, verdadeiramente, consagrador.
Abracao(sem til, acento ou cedilha), Salgado Maranhao.
De Curitiba:
http://picinezblog.blogspot.com/
Esqueci de dizer que o vencedor do Jabuti de Poesia foi "Alguma Parte Alguma" do maranhense Ferreira Gullar, conterrãneo e amigo do Salgado Maranhão.
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