terça-feira, 1 de novembro de 2011

Euclides da Cunha

(clique e amplie o "Euclides")
20/01/1866, Cantagalo (RJ)
15/08/1909, Rio de Janeiro (RJ)

Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha perdeu a mãe aos três anos, passando o restante da infância e a adolescência sob cuidados de seus tios, em diferentes cidades ou fazendas do interior do Rio de Janeiro. Quando jovem, ingressou na Escola Militar, onde recebeu formação positivista, de oposição à monarquia.
Mas Euclides passaria pouco tempo na Escola Militar. Num gesto de indisciplina e de crítica à monarquia, durante uma comemoração, jogou no chão a arma que deveria apresentar à passagem do ministro da Guerra. Ao mesmo tempo, proferiu palavras contra a passividade dos colegas. Foi preso e expulso da escola, mas seu gesto ficou, entre os republicanos, como um símbolo de idealismo e coragem.
Entre a imprensa e a engenharia
Partiu, então, para São Paulo, onde passou a escrever no jornal A Província de S. Paulo. Proclamada a República, voltou à carreira militar, fazendo o curso de artilharia na Escola Superior de Guerra e, em seguida, os de estado-maior e engenharia militar, bacharelando-se em matemática e ciências físicas e naturais. Foi, então, promovido a primeiro-tenente.
Continuou atuando na imprensa, tratando de diferentes problemas do país. Apoiador de Floriano Peixoto, recusou, contudo, qualquer prêmio ou oferta de cargos, só aceitando o que era previsto em lei.
Em 1895, abandonou a carreira militar, tornando-se engenheiro civil. Dividia seu tempo, assim, entre a superintendência de obras do Estado e colaborações para o jornal O Estado de S. Paulo.

Guerra de Canudos



Depois de escrever, em 1897, dois artigos sobre a Guerra de Canudos, foi convidado a viajar até a Bahia, como correspondente de O Estado, e de lá relatar os acontecimentos. Graças a Os Sertões, Euclides foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 
Obras

A obra-prima de Euclides da Cunha, Os Sertões, de 1902, é livro pioneiro do modernismo brasileiro. Trata-se, segundo Antônio Houaiss, de "um livro inigualável pelo seu tema, de rara beleza e singular objetividade. É um painel do Brasil - gentes, terras, viver cotidiano na guerra e na paz".
Euclides deixou mais três livros: Contrastes e confrontos, de 1907, formado por estudos publicados, em sua maior parte, na imprensa, analisando diferentes temas; Peru versus Bolívia, de 1907, apresenta a defesa brasileira num pleito internacional; e, finalmente, À margem da história, obra póstuma, de 1909, o segundo livro de Euclides em importância, e trata, em grande parte, de problemas da Amazônia.

Há também a conferência "Castro Alves e seu tempo". Segundo Houaiss, "é trabalho pioneiro, cauteloso início de uma revisão. Um poeta fala sobre outro, superpondo a tudo o belo e lúcido panorama do período em que Castro Alves viveu, reabilitando a figura de Diogo Feijó e dando aos jovens uma lição de confiança no Brasil".

Bom escritor de cartas, Euclides também deixou centenas delas, reunidas por Walnice Nogueira Galvão e Oswaldo Galotti no volume Correspondência de Euclides da Cunha, da Editora da Universidade de São Paulo (1997).
 
Enciclopédia Mirador Internacional; Cadernos de Literatura Brasileira, Instituto Moreira Salles, números 13 e 14.
Caricatura: João de Deus Netto – Blog Picinez

2 comentários:

José Gonçalves disse...

Caro Picinez: dei uma espiada no seu blog. Muito criativo. Parabéns. Vou adicioná-lo na minha relação de favoritos.

Abraços

João Borges de Abreu disse...

Muito bom, Netto:

Trabalho profissional que nos deixa orgulhoso de compartilhar aqui na internet.

Cecília Meireles... Tenho musicado muita coisa dela, só por passatempo... RENOVA-TE é das que mais gosto.

Um abraço fraterno,

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